julho 31, 2007

Se deixares....

Amar-te-ei
Como a chuva dá vida à Terra

Amar-te-ei
Como flor de Primavera,

Amar-te-ei,
fruto de Verão,
e folha de Outono

Amar-te-ei
com carinho no Inverno

Amar-te-ei
com calma, nas esperas

Amar-te-ei
Simplesmente
Sem limites e sem regras.

julho 30, 2007

Seduz-me assim...

Procura-me na rua
Passa por mim e sorri

Entra na minha pastelaria
e em segredo paga o meu chá

Deixa uma flor na minha secretária
obrigando-me a pensar "de quem será?"

Deixa excertos de livros,
na minha caixa de correio
Prometo que os procuro e os leio

Laços brancos, nas flores do meu jardim
Não os vou tirar, ficarás perto de mim.

Demora o tempo que quiseres,
a mimar-me assim...
Acompanha-me, descobre-me, intriga-me
e aí

Procura um lugar no cinema,
perto do meu, ainda que separados
veremos o mesmo filme, tu e eu

E depois do filme terminado
passa pela bilheteira
pede um beijo num bilhete rasgado
e se alguém to entregar
sabes onde vivo e como lá chegar.

Pontos de luz pelo caminho
pétalas espalhadas, incenso no ar
portas e janelas abertas
e eu. à tua espera
se arriscares entrar...

julho 29, 2007

GOSTO DE TI !

Não sei quem és.
Como vives
Onde estás
O que ouves, o que fazes
de que ris, porque choras
o que te dói, o que ignoras.
Por onde passas. Por quem passas.
Quem entra e sai da tua vida.
Quem fica.
Quem te atira. Quem te atrai.
Quem te abraça.
Quem lês. Se escreveste.
Se já adormeceste ao raiar do sol
se perdeste noites. Se as ganhaste.
Quantos rios atravessaste.
Quantas marés venceste.
Por onde te perdeste, por onde andaste
por que caminhos voltaste.
Não sei como chegar a ti
ou se te procurar
Mas gosto do teu sorriso e do brilho no teu olhar
Do silêncio infinito em que ficamos a conversar
Gosto de ti no improviso
Não te conheço, mas fazes-me sonhar.
Gosto de ti ao luar
Gosto de ti pela noite fora
gosto de ti, ainda, ao acordar.
Gosto da ideia de existires, da ideia de te ter
Não te conheço. Não te procuro.
Mas és tu quem me vem adormecer.

Amantes

Debaixo do céu e das estrelas
numa cama de relva,
cobertos de luar,
dormem os amantes
exaustos de tanto amar.

Talvez sonhem os beijos trocados
as carícias multiplicadas
A sintonia de corpos que se reconhecem
Talvez ouçam gemidos roucos
e gritos a ecoar
talvez sintam unhas que rasgam a pele
ou corpos que se fundem,
se desintegram e se diluem no ar.

Talvez

Ou talvez durmam sem sonhos
porque foram para lá do sonho
entre o receber e o dar...

julho 28, 2007

Momentos

Estacionaram lado a lado.
Sorriso. Sorrisos.
E agora?
Ela viu uns olhos. Azuis.
Da cor daquele céu de verão.
E um tufo de caracóis revoltos
Ideais para passar a mão.

Entramos?
Entraram. Fechou-se a porta.
Abriu-se o silêncio.
Tinha sido fácil chegar ali...
Mais sorrisos, hesitantes.
e perguntas importantes.
Então? mudou algma coisa?
Não. Não tinha mudado nada.
Apenas havia olhar, corpo e mãos
a associar a uma voz.
Gosto destas mãos,pensou ela.
Ele? não sei do que gostou.
Partilharam abraços. Beijos.
Carinho. Partilharam histórias.
E esfumaram-se as horas.

Como nos contos de fadas,
a magia foi-se embora...
Gestos desajeitados, abraços.
"Gosto de ti" trocados.
Ele regressou pelo mesmo caminho.
Ela foi para casa, sozinha.
A vida tem coisas destas...

A vida tem coisas bem melhores que contos de fadas
momentos em que o que sentimos é verdadeiro,
as deixas não são inventadas.
Sem espaço para mentiras ou verdades pouco claras.
Momentos em que se separam os corpos
mas se amarram definitivamente as almas.

e eu gosto de momentos assim!

Carta

Gosto muito de ti.
De acordar e saber que te encontro.
Sem saber de onde vens,
mas também não me importo.
Gosto de te sentir ao meu lado
quando me viro na cama.
Gosto de te saber em casa
para o jantar.

Sei bem que não gostas de multidões,
de teatros, de cinema, por isso nem te peço
para me acompanhar.
O barulho dos centros comerciais incomoda-te.
Vou sozinha comprar...
Os teus cereais, a tua fruta, o teu vinho,
tudo escolhido com muito carinho.
Sei que estás cansado. Muito trabalho, muitos serões.
Fins-de-semana passados a trabalhar.

Sei que te vou encontrar a ler, ou a jogar.
Ultimamente preferes o computador. Faço o que
posso para não te incomodar, meu amor.

Deito-me cedo. Espero por ti.
Muitas vezes adormeço sem te abraçar.
Levanto-me cedo. Deixo a casa a brilhar.
Faço o teu almoço e vou trabalhar.

Não me lembro bem se ainda me procuras.
Mas estás em casa. Estou segura.
Já não me lembro bem do teu sorriso.
Mas sei que me amas, dizê-lo não é preciso.

Hoje fui às compras sozinha.
Comprei coisas lindas, de rendas e de seda.
Não, não precisas de ver...para ti sou uma princesa!
Mas...eu até queria mostrá-las.
Que as tirassem, me tocassem sem elas.
Sei que não tenho rival,
mas tenho saudades tuas, afinal.

Mas deixa estar. Nem te preocupes.
Continua aí, entre o trabalho dobrado e esse jogo viciante
que te mantém afastado de mim pela madrugada fora.
Não sei com quem trocas tantas mensagens.
Mas porquê pensar nisso agora?
Nem porque pareces tão feliz quando chegas, apesar de cansado.

Hoje vais chegar, como sempre, cansado e sorridente.
E sem vontade de falar.
Nao faz mal. Vais encontrar a mesa posta.
O jantar não sei se faço.
Mas deixo-te uma casa vazia de mim.
E levo algumas recordações.
Não muitas. Não há muito de bom para levar.
Mas sabes? nos ultimos tempos, aprendi muito.
Não fui feliz, mas ainda vou a tempo...

julho 27, 2007

Entre sombra e luz
entre o certo e o incerto
quem está longe
e quem está perto
é tua a voz que me seduz...

Segredos

Que segredos me contam os teus dedos?
Entre arrepios e pequenos gemidos
explorando o corpo, desatando os sentidos

Que segredos conta o meu beijo ao teu?
Entre lábios e lábios
no escuro de breu

O que ouves quando respiro
quando gemo, quando grito?

É segredo...
o que me solta, me leva ao espaço
me traz de volta.

Que segredos te conto eu?

No meu paraíso

Há falésias. Há dunas.
Há o azul do céu.
Gaivotas.
Visitantes ocasionais.
Há o calor do sol na minha pele.
Algas. Que dançam à vez
com as minhas pernas.
O sabor único
dum lugar por descobrir.
O silêncio quase perfeito
que poucos sabem sentir.
Há o canto do mar
que me embala o sono.
E é aqui, entre a realidade
e o sonho
que me encontro e me abandono.

julho 25, 2007

The Lazy Sunbather

Lazy sunbather
at the end of the day
absorbing the sun
and flying away
through memories and scents
feelings and wishes
listening only to the waves
reaching the shore

travelling slow
or not moving at all
to those who are around
immobile and small
maybe asleep...still
so far away!

Where would I be
If you were by my side
If I could hear your breath
If I could read your eyes

If we both were sunbathers
at the end of the day
would I stay by your side
would I still be dreaming away...?

julho 24, 2007

Serás tu capaz?

De ouvir. E perceber.
Sem interpretar.
Aceitar que não sei.
Que posso não saber.
Porque nunca pensei nisso.
Porque não encontrei ainda uma resposta.
O facto é que não sei.
A razão não interessa.

No meio do meu silêncio,
Oiço grilos a cantar.
Não sei porquê. Nem me vou preocupar.
Serias capaz?
De ouvir o que digo
sem tentar ler o que estou a pensar?

O mundo teria muito a ganhar.
Se todos soubessemos ouvir,
em vez de tentar interpretar.
Se, no lugar de dissecar frases,
esmiúçar sílabas e tons de voz
para caberem no nosso microscopio interior
tivessemos a capacidade de crescer,
arranjar espaço,
deixar entrar as declarações dos outros como um todo. E aceitar.
Basicamente, se soubessemos ouvir.

Mas o meu mundo começa em mim.
E como eu gostava de o prolongar em ti.
Se me soubesses ouvir...

Quero. E não quero.
Procuro. Mas não desejo encontrar.
Queria ser encontrada.
Achada, como um tesouro no fundo do mar.
Única e brilhante no meio da multidão.
Procurada. Desejada. Sonhada.
Aquela. A.
Aquela que te faz sorrir. Vibrar.
O princípio e o fim. O meio.
O adormecer. O acordar.
A chuva, o sol. A neve e o frio.
O aconchego e o desafio.
Ser a razão.
Ser a causadora e a causa.
Ser o teu mundo e a tua casa.

Well....maybe!

Nem perto, nem longe.
Simplesmente estás.
Ocupas um espaço.
O teu sítio. O teu lugar.
Existes?
Existes, se calhar...

julho 23, 2007

Espero-te

Vem. Sem pressa.
Podes-me acordar.
Com carícias,
delícias, palavras
que me fazem corar.
Com silêncios. Com beijos.
Gestos lentos
que me fazem esperguiçar
Os dedos na minha pele,
a tua lingua a passear...

De olhos fechados,
Sentidos a rodopiar.
Espero-te assim. Nua.
Ao luar...

julho 22, 2007

Por um sorriso...

Por um sorriso teu
belo e espontâneo
pelo brilho dos teus olhos
o sentir instantâneo
pelo calor desses dedos
enredados nos meus
Fecho a porta às trevas,
ao vento, ao frio
resisto aos assaltos
ao abismo, ao vazio
Abro as janelas à luz
e a um novo vento
apago desilusões
e volto a abraçar o sonho

Sim...pelo sorriso
E também pelo dono...